Vitalidade do Solo - Dra. Fernanda C. Andrade
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia - 2004
ALTERAÇÕES DA VITALIDADE DO SOLO COM O USO DE PREPARADOS HOMEOPÁTICOS
Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, para a obtenção do título de Doctor Scientiae - 2004
RESUMO:
O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta de indicadores de vitalidade do solo às homeopatias. Foram adotados indicadores físico-químicos, microbiológicos e vegetais. Assim, as variáveis avaliadas foram: diâmetro médio ponderado e diâmetro médio geométrico dos agregados formados, capacidade de retenção de água do solo, condutividade elétrica, carbono orgânico total, respiração microbiana, carbono da biomassa microbiana, quociente microbiano e quociente metabólico. Dentre os indicadores vegetais avaliou-se o número de dias até o início da germinação das sementes, número de plantas emergidas, número de espécies, média ponderada do grupo de altura, massa da parte aérea vegetal fresca e seca, índice de abundância em função da diversidade e massa das espécies, sendo também descritos sintomas visualizados na parte aérea dos vegetais. Foram também obtidas e descritas bioeletrografias do solo sob os diversos tratamentos homeopáticos. As homeopatias selecionadas originaram de sais orgânicos e elementos minerais comuns em solos e em processos biológicos vitais. Os experimentos foram conduzidos em "Duplo-Cego", sendo adotada a escala decimal de diluição e diversas dinamizações. O solo utilizado foi coletado na camada de 0-5 cm de profundidade, no Arboreto-Plantas Medicinais da UFV, em Viçosa, MG, estando a área em processo de revegetação natural há mais de 10 anos. O solo foi responsivo às homeopatias e respectivas dinamizações, sendo as respostas também diferenciadas em função do tempo e frequência de exposição do solo aos tratamentos. Considerando o solo experimentador sadio, as respostas indicam patogenesia, ou ação primária da homeopatia. Por outro lado, cabe a hipótese das respostas indicarem similitude sendo, portanto, resposta secundária ou a reação da auto-organização do solo ao estímulo homeopático. Ao ser contrastada a resposta à homeopatia do solo do Arboreto com outros solos provenientes de diferentes manejos, foram verificados comportamentos variados em função da interação homeopatia e vitalidade do experimentador, sendo o tempo de verificação das respostas dependente do estado de vitalidade do solo. Deste modo, quanto mais em equilíbrio o solo, ou quanto menos intoxicado mais rapidamente expressou alterações detectadas pelas variáveis analisadas. As homeopatias demonstraram potencial de interagir com o metabolismo construtivo do solo, podendo interferir nos processos de mobilização e de imobilização de nutrientes, na eficiência microbiana, na dinâmica da água e na estruturação física do solo. A ciência da homeopatia é aplicável ao solo sendo recurso promissor à agricultura orgânica-ecológica.
CAPÍTULO 6 - CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO ELETROMAGNÉTICO DO SOLO TRATADO COM HOMEOPATIA POR MEIO DE BIOELETROGRAFIA.
EXTRATO: O objetivo deste trabalho foi caracterizar solos tratados com homeopatia por meio de bioeletrografias. As bioeletrografias obtidas de cada solo tratado foram agrupadas e contrastadas em relação às testemunhas, utilizando-se como padrão de comparação a análise visual da proporção das cores e dos detalhes contidos em cada campo eletromagnético. As cores e os detalhes das bioeletrografias dos solos foram classificados em níveis caracterizando as imagens. As homeopatias causaram alterações diferenciadas no campo eletromagnético do solo sendo promissor o estudo sistemático deste recurso como ferramenta complementar na qualificação da interação homeopatia X solo vivo.
INTRODUÇÃO:
Segundo Burr, citado por VITHOULKAS (1980), todo sistema vivo possui campo elétrico de grande complexidade, sendo possível medi-lo com considerável precisão, podendo-se demonstrar as suas funções básicas correlacionadas com o controle da morfogênese, do crescimento e desenvolvimento, degeneração e regeneração, e a orientação de partes componentes de todas as coisas vivas, servindo como matriz elétrica para manter a forma corpórea em sua configuração.
Todos os corpos possuem campo eletromagnético, uma vez que, são constituídos de átomos, que por sua vez possuem campo. Nos seres vivos o campo eletromagnético é dinâmico e mutável, enquanto nos seres inanimados esse campo é estático, e, praticamente imutável, uma vez que, sendo não vivos, próprios do universo tridimensional, este campo expressa nada mais do que cargas elétricas estáticas, provenientes dos movimentos brownianos de seus átomos e de suas moléculas (MILHOMENS, 1983).
De acordo com Margenau & Higgins, citados por VITHOULKAS (1980), somente os campos eletromagnéticos ou eletrodinâmicos podem agir como indicadores claros de transformações química, metabólica ou molecular contínuas no sistema, parecendo subscrever o desenvolvimento da estrutura até mesmo previamente a quaisquer reações químicas conhecidas. Estes conceitos são coniventes com a teoria da causação formativa (SHELDRAKE, 1991).
Em 1960, a União Soviética divulgou ao mundo científico os trabalhos dos pesquisadores soviéticos Semyon Davidovitch Kirlian e de sua esposa, Valentina Kirlian, que haviam desenvolvido a máquina de fotografar o campo eletrodinâmico que permeia todos os objetos vivos ou não vivos, o que estimulou incrível quantidade de observações no campo bioeletromagnético em todo o mundo, principalmente nos Estados Unidos (VITHOULKAS, 1980; MILHOMENS, 1983), embora o verdadeiro descobridor da emissão radioativa dos humanos e seu registro em fotografia seja o brasileiro Padre Roberto Landell de Moura, em 1906 (ANDRADE, 2000).
Essa técnica de efluviografia, utilizando câmaras de alta frequência, é capaz de fotografar os eflúvios eletromagnéticos ou emanações da superfície corporal humana, assim como das plantas e animais (SCHEMBRI, 1976). Por meio da fotografia de alta voltagem, pode-se detectar, no campo eletromagnético dos seres vivos, alterações de diâmetro, cor e regularidade, que se relacionam com variações do estado fisiológico, energético, dentre outros, o que ainda não é muito controlado por parâmetros físicos (PEHEK et al., 1976; BRUNINI, 1993).
O importante processo que contribuii na formação da imagem bioeletrográfica é a descarga ou efeito corona, fenômeno físico de dispersão pelos bordos do corpo submetido num intervalo de exposição à alta tensão conjugada com alta frequência (RODRIGUES, 1985). Pesquisas indicam que a descarga corona é provavelmente a fonte energética capaz de gerar a imagem, a luminescência (PEHEK et al., 1976; MARKUS & LEE, 1996; LEE et al., 1996; BERDEN et al., 1997).
As mensurações nas bioeletrografias envolvem tanto o registro dos padrões das raias luminosas produzidas pela descarga de elétrons sobre o filme fotográfico em torno do objeto, como as cores registradas pelo filme podem conter quantidades variáveis de informações de valor diagnóstico acerca do objeto fotografado (GERBER, 1988), uma vez que quaisquer alterações internas do objeto fotografado, como concentração de sais, ou externas como temperatura, pressão, umidade, levam a formações de protuberâncias distintas às que aparecem na imagem (PEHEK et al., 1976; SKARJA et al., 1998; ANDREAS & KILIAN, 1976).
A imagem bioeletrográfica é recurso metodológico utilizado no acompanhamento e complementação de trabalhos de pesquisas em diversas áreas e países. Atualmente, além da Psicologia e da Medicina, a bioeletrografia está sendo muito utilizada na Botânica, na Veterinária, na Agronomia e até na Mineralogia (CLAYTON, 2003). No Brasil, teses de pós-graduação, inclusive pós-doutorado, são apresentadas em muitas universidades, a exemplo da USP, UNICAMP, UFRGS, UFSC (INTERNATIONAL, 2004), UNESP, ESALQ e UFV, em diversos cursos, todas elas utilizando a bioeletrografia como instrumento auxiliar às pesquisas.
No Brasil, na Universidade Federal de Pelotas, este recurso tem auxiliado na avaliação da qualidade fisiológica de sementes de milho, sendo possível diferenciar sementes de alto, médio e baixo vigores e sementes mortas (ROBAINA, 1998).
Experimentos com Homeopatia aliada à comprovação da fotografia Kirlian demonstram que quando alguma substância é homeopatizada (diluída infinitesimalmente e dinamizada) e adicionada a um organismo, cuja aura (ou campo eletromagnético) tenha sido fotografada anteriormente, esta aura cresce em extensão e muda de coloração imediatamente, comprovando que foi acrescida de energia diferenciada de sua própria (MORENO, 1996).
De acordo com ANDRADE (2000) E CASTRO (2002), no estudo do comportamento de plantas medicinais com o uso de preparações homeopáticas, observa-se correlação entre o aspecto visual das fotos e o estado das plantas em diversas variáveis, tanto do metabolismo primário quanto do metabolismo secundário.
Por meio de bioeletrografias é possível diferenciar plantas de manjericão (Ocimum basilicum) intoxicadas por cobre e desintoxicadas por Cuprum CH30 (ALMEIDA et al., 2002). É necessário trabalho sistematizado até que se chegue ao ponto de, correlacionar os detalhes contidos nas imagens às alterações internas do ser no momento presente ou ainda inferir sobre possíveis sintomas futuros no nível material (MILHOMENS, 1983).
Sendo o solo sistema biológico vivo, de acordo com VITHOULKAS (1980), possui campo eletromagnético dinâmico e variável em função do seu estado vital e das condições ambientais, o qual pode ser diferenciado por meio das bioeletrografias. Se a homeopatia interage com a vitalidade do solo, acredita-se no potencial dessas imagens como indicadores das possíveis alterações.
Assim, este trabalho teve por objetivo caracterizar solos tratados com homeopatia por meio das bioeletrografias.
MATERIAL E MÉTODOS:
Foi utilizado o solo coletado no Arboreto - Plantas Medicinais, em Viçosa, MG. O solo foi peneirado (peneira de malha de 2mm) e armazenado em geladeira à 7 graus célsius, até 48 horas antes da montagem da experimentação, estando à 60% da c.c.
A parcela experimental constitui-se de recipiente de vidro transparente com altura e diâmetro médio de 0,7 e 1 cm, respectivamente, contendo o solo a ser fotografado distribuído homogeneamente. Inicialmente os vidros foram fotografados vazios, a fim de diferenciá-los quanto às possíveis interferências nas bioeletrografias do solo. As fotografias dos vidros vazios permitiram a separação dos mesmos em grupos com fotografias semelhantes, sendo cada grupo de vidros utilizado em distintos blocos experimentais.
A bioeletrografia foi obtida por meio da Máquina de Fotografia Kirlian, padrão Newton Milhomens, modelo 6SL-1, com filme Fuji Color, ISO 100, 12 poses. As fotografias foram retiradas em estúdio fechado, com paredes revestidas, totalmente escuro e sujeito a mínimas alterações ambientais.
O experimento foi instalado no delineamento blocos casualizados com 3 repetições. Os tratamentos foram constituídos de vinte e quatro homeopatias, na dinamização D30, mais dois tratamentos testemunhas: água destilada e álcool 70%.
As homeopatias foram adquiridas em Laboratório de Manipulação sendo utilizadas: Natrum muriaticum, Amonium carbonicum, Carbo Vegetalis, Kali carbonicum, Magnesia carbonica, Calcarea carbonica, Solum unum 1, Solum unum 2, Folium unum 1, Folium unum 2, Radix una 1, Radix una 2, Aurum, Sulphur, Plumbum, Manganum aceticum, Mercurius, Molibdenum, Alumina, Argentum, Ferrum, Silicea, Arsenicun album e Phosphorus.
As homeopatias Solum unum, Folium unum e Radix una foram provenientes da Etapa 7 dos experimentos 1 e 2, respectivamente, descritos no Capítulo 4. Os tratamentos foram implementados ao solo, sob procedimento "Duplo-Cego", 20 minutos antes de ser fotografado, utilizando-se o volume de 3 gotas/parcela.
Posteriormente, foi feita documentação da interação dinâmica solo X homeopatia. Assim, a parcela experimental (vidro + solo) era fotografada e após ser aplicada a homeopatia, imediatamente a mesma parcela era novamente fotografada. As bioeletrografias foram reveladas em equipamento comercial de revelação de fotos coloridas, que foi ajustado adequadamente.
Análise visual das bioeletrografias:
Após a revelação, as bioeletrografias de cada tratamento foram agrupadas e contrastadas em relação às testemunhas, utilizando-se como padrão de comparação, as características de proporção das cores e detalhes contidos em cada campo eletromagnético.
As cores e os detalhes das bioeletrografias foram classificados em níveis, caracterizando as imagens. Assim, a luz branca foi avaliada quanto à espessura da área ocupada (ampla, mediana e estreita) e quanto à uniformidade (contínua por toda a borda, interrompida em alguns pontos e muito interrompida). As interrupções se referem à formação de feixes de luz, explosões de energia (pontos de luz) e falhas.
Os feixes foram classificados em difusos (aqueles com pouca ou nenhuma individuação) e individualizados (aqueles bem definidos com formatos variáveis: afilado, grosso, leque, piramidal ou com explisão na base). As explosões foram diferenciadas quanto ao tipo de ocorrência (soltas ou isoladas e agrupadas, formando massas) e quanto ao brilho (com brilho e sem brilho).
A luz rosa foi diferenciada quanto às tonalidades (rósea ou rosa claro, rosa escuro e avermelhada), quanto à área ocupada na imagem (mais que 50% da área, 50% da área e pequenas áreas, sendo que neste último caso, a luz pode estar concentrada ou dispersa) e quanto as reentrâncias (reentrâncias bem marcadas, levemente marcadas e poucas reentrâncias).
A luz azul foi avaliada quanto à irradiação, ou seja, quanto às emissões dos raios luminosos (muito irradiada, medianamente irradiada e pouco irradiada). Foi avaliada também a irradiação geral da bioeletrografia, a qual refere-se à expansão das luzes em conjunto (irradiação muito expandida, medianamente ou pouco expandida). Ao observar a imagem como um todo, também foi avaliado o brilho, ou seja, vivacidade, claridade ou nitidez das cores (intenso e pouco intenso).
A documentação da interação dinâmica do solo X homeopatia foi acrescida aos resultados por ser considerada enriquecedora das observações. Os critérios de diferenciação acima descritos também foram considerados neste caso.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A descrição das bioeletrografias se encontra na Figura 1, onde na coluna A estão as imagens da experimentação e colunas B e C as imagens documentadas paralelamente.
Entre as fotos testemunhas as diferenças são pouco contrastantes, destacando-se a leve expansão da irradiação geral, leve perda de brilho e aumento da luz rósea, na testemunha água em relação ao álcool 70% sendo, portanto, fotos muito semelhantes.
A irradiação foi critério diferencial em bioeletrografias do solo tratado com homeopatia. Ao receber a homeopatia a irradiação do solo foi aumentada em proporções variáveis. Nos tratamentos Kali carbonicum, Amonium carbonicum, Arsenicum, Radix una 1 e Calcarea carbonica, a irradiação geral da foto foi muito expandida; enquanto os tratamentos Molibdenum, Alumina, Solum unum 2, Magnesia carbonica, Solum unum 1, Folium unum 1, Plumbum, Silicea, Phosphorus, Radix una 2 e Carbo vegetabilis, a irradiação está medianamente expandida porém maior que as testemunhas e demais homeopatias.
O brilho da bioeletrografia foi alterado por algumas homeopatias, como pode ser verificado brilho mais intenso nos tratamentos: Folium unum 2, Solum unum 2, Phosphorus, Arsenicum, Silicea, Ferrum, Alumina, Radix una 1, Folium unum 1, Solum unum 1, Kali carbonicum, Amonium carbonicum e Natrum muriaticum.
Em bioeletrografias de folhas da espécie Justicia pectoralis, o brilho é alterado em função das homeopatias e respectivas dinamizações. Na mesma homeopatia, o aumento da difusão da luz das imagens acompanha o aumento da dinamização (ANDRADE, 2000).
No caso todas as homeopatias foram utilizadas na mesma dinamização D30, cabendo a sugestão de estudos comparativos com variações desta intensidade.
A área da imagem ocupada pela luz rosa é variável em função das homeopatias, sendo destacadas as homeopatias Folium unum 2, Solum unum 2, Phosphorus e Arsenicum, onde se observa aumento considerável em relação às testemunhas. De modo geral, a luz rosa alcança tonalidades mais escuras no solo tratado com homeopatia. Entretanto, cabe ressaltar as imagens tratadas com Radix una 1 e Amonium carbonicum onde a luz rosa é muito clara e quase imperceptível.
De acordo com CASTRO (2002), a distribuição e superfície ocupada por cada cor, em bioeletrografia de vegetais, é bom critério de diferenciação, sendo as análises visuais confirmadas por análise quantitativa a partir de imagens de trabalho geradas e avaliadas com auxílio de programa de computador. Essas variações são expressivas especialmente na cor rosa e vermelho.
A irradiação da luz azul não foi bom critério de diferenciação das bioeletrografias, uma vez que ora foi mais irradiada, ora medianamente irradiada semelhante às variações nos tratamentos testemunhas.
A individualização das luzes em feixes e explosões foi bastante variável, cabendo destacar as bioeletrografias dos tratamentos Magnesia carbonica, Carbo vegetabilis, Amonium carbonicum, Kali carbonicum, Radix una 1, Calcarea carbonica, Natrum muriaticum onde se verifica intensa individualização, enquanto os tratamentos Plumbum, Manganum aceticum, Mercurius, Phosphorus, Folium unum 2, Radix una 2 e Arsenicum, em que não se observam individualizações, diferenciando-se também das testemunhas.
Tais resultados são coerentes com observações de ANDRADE (2000) e CASTRO (2002), que afirmam que as assinaturas são bons parâmetros de diferenciação de fotografias de folhas tratadas ou não com homeopatias.
A diversidade de bioeletrografias do solo quando tratado com homeopatia é coerente com a informação individualizada veiculada pelos medicamentos. Cada homeopatia guarda diversidade de informações que ao serem experimentadas em organismo vivo sadio, causam sintomas diferenciados que as caracterizam. Acredita-se que essa diversidade esteja expressa na bioeletrografia do solo.
A origem da matéria-prima utilizada no preparo das homeopatias Solum unum, Folium unum e Radix uma, influenciou diferencialmente o campo eletromagnético do solo, indicando a veiculação de informações individualizadas distintas.
A interpretação das imagens depende de estudo sistemático, com muitas repetições, em vários organismos, até que se possa definir padrões e relacioná-los, por exemplo, com alterações metabólicas, constitucionais ou de vitalidade. Segundo MILHOMENS (1983), nos seres humanos, onde alguns padrões já são estabelecidos, um mínimo de 1000 fotografias é recomendável às correlações.
No entanto, este estudo preliminar permite inferir a respeito do potencial de diagnóstico da vitalidade do solo tratado com homeopatia, por meio das bioeletrografias, sendo esta metodologia promissora, por oferecer segundo VITHOULKAS (1980), quadro diagnóstico da totalidade do ser.
Na coluna B da Figura 1, constam bioeletrografias do solo do Arboreto, sem qualquer tratamento homeopático. A diversidade de imagens em parte se deve a interferência do próprio vidro utilizado como recipiente do solo. Entretanto, o próprio solo é muito diversificado e dinâmico, o que também justifica as diversidades de imagens retratadas.
O procedimento de fotografar a mesma parcela antes e imediatamente após o tratamento homeopático permitiu minimizar interferências do recipiente, do ambiente e do próprio solo, sendo os resultados mais próximos à interferência direta da homeopatia no campo bioeletromagnético do solo.
Pelas imagens assim obtidas é possível inferir que as alterações nas bioeletrografias (Coluna C), se devam, em grande parte, às homeopatias aplicadas, além dessa interferência ser função da individualidade "homeopatia interagida com a individualidade solo".
As homeopatias Natrum muriaticum, Amonium carbonicum, Folium unum 1, Aurum, Sulphur, Plumbum, Alumina, Argentum, Ferrum, Silicea, Solum unum 2, Folium unum 2, Kali carbonicum, Arsenicum, Phosphorus, Mercurius, aumentaram o brilho da imagem. Entretanto, nos tratamentos testemunhas, esse brilho também foi intensificado. É possível a ação proveniente do aumento de umidade do solo, a qual interfere diretamente com a expressão da vida.
Por outro lado, as homeopatias Moibdenum, Carbo vegetabilis, Magnesia carbonica e Radix una 2, causaram redução no brilho, enquanto em Manganum aceticum e Calcarea carbonica o brilho não tenha sido alterado.
A aplicação das homeopatias, em sua maioria, como a aplicação dos veículos/testemunha. causaram maior expansão da irradiação geral da imagem, sendo observado apenas nos tratamentos Carbo vegetabilis e Solum unum 1, irradiação mais contida.
A maior ou menor individualização da luz em feixes e explosões aconteceu nos tratamentos testemunhas e nos homeopáticos, não sendo bom critério de diferenciação neste caso.
A proporção da área ocupada pela luz rosa foi alterada em função das homeopatias. Assim, o solo quando tratado com as homeopatias: Natrum muriaticum, Folium unum 1, Aurum, Sulphur, Alumina, Argentum, Silicea, Solum unum 2, Radix una 1, Arsenicum, Phosphorus teve aumento da área ocupada pela luz, enquanto nos tratamentos: Molibdenum, Carbo vegetabilis, Magnesia carbonica, Calcarea carbonica, Folium unum 2, Radix una 2 e Mercurius essa área foi reduzida. As tonalidades variaram também no tratamento testemunha, não sendo bom critério de diferenciação dos efeitos das homeopatias, neste caso.
As alterações na luz azul e branca foram muito variáveis, inclusive nas testemunhas.
Os detalhes observados nas fotografias são importantes, entretanto, deve-se considerar a expressão geral da fotografia. Assim, cabe ressaltar aquelas bioeletrografias que no aspecto geral são bem diferenciadas, como Arsenicum, Silicea, Molibdenum, Mercurius, Radix una 1, Magnesia carbonica e Kali carbonicum.
O tempo de interação entre a homeopatia e o solo deve ser considerado em pesquisas futuras. As bioeletrografias são muito passíveis às variações momentâneas (MILHOMENS, 1983). Tais estudos, se bem sistematizados, possibilitarão observar o tempo de ação da homeopatia, bem como alterações imediatas ou progressivas no campo eletromagnético.
Assim, a vitalidade do solo foi responsiva às homeopatias o que foi refletido com alterações no campo eletromagnético visualizadas por meio de bioeletrografias.
RESUMO E CONCLUSÕES:
Caracterizou-se o campo eletromagnético do solo tratado com homeopatia, por meio das bioeletrografias. O solo foi coletado no Arboreto- Plantas Medicinais, sendo peneirado e utilizado a 60% da capacidade de campo. O delineamento estatístico foi blocos casualizados, com 3 repetições e 24 tratamentos.
Os tratamentos constituíram-se das homeopatias: Natrum muriaticum, Amonium carbonicum, Carbo vegetabilis, Kali carbonicum, Magnesia carbonica, Calcarea carbonica, Solum unum 1, Solum unum 2, Folium unum 1, Folium unum 2, Radix una 1, Radix una 2, Aurum, Sulphur, Plumbum, Manganum aceticum, Mercurius, Molibdenum, Alumina, Argentum, Ferrum, Silicea, Arsenicum album e Phosphorus, mais dois tratamentos testemunhas: água e álcool 70%.
As homeopatias foram adquiridas em laboratório de Manipulação, sendo utilizadas na dinamização D30. O experimento foi conduzido em procedimento "Duplo-Cego", sendo aplicados 3 gotas da solução tratamento por parcela (recipiente de vidro contendo o solo).
Após 20 minutos da implementação do tratamento as parcelas foram fotografadas com auxílio da Máquina de Fotografia Kirlian, Padrão Newton Milhomens. As imagens, assim obtidas, foram caracterizadas e contrastadas em relação aos tratamentos e as testemunhas, definindo-se como padrões de comparação a proporção das cores, o brilho, a irradiação e as assinaturas (feixes e explosões).
As preparações não moleculares causaram alterações diferenciadas no campo eletromagnético do solo detectadas nas imagens. A bioeletrografia é indicador promissor ao estudo da interação vitalidade do solo e homeopatia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O solo vivo é responsivo às preparações homeopáticas. Os microrganismos do solo interagem rapidamente com as informações veiculadas pelas homeopatias alterando a atividade e a eficiência. Os preparados homeopáticos, por fortalecerem a auto-regulação dos seres vivos, interferem na dinâmica da matéria orgânica e no processo construtivo e evolutivo do solo e, consequentemente, de toda comunidade animal, vegetal e microbiana.
As leis de cura se aplicam ao sistema biológico solo-planta, podendo alterar seu estado de vitalidade. As soluções altamente diluídas e dinamizadas de sais orgânicos, minerais e os organoterápicos contribuem na regeneração criativa dos solos e dos ecossistemas.
Os princípios da Homeopatia são concordantes com as leis da vida atuando em harmonia e respeito junto aos reinos da natureza. Portanto, a homeopatia tem potencial na produção de alimentos saudáveis, em ambiente equilibrado, com economia de recursos, favorecendo assim a sustentabilidade e sendo viável a todos os agricultores.